Ubirajara Loureiro, Raphael Zarko, Marta Nogueira, Jornal do Brasil
RIO - Quais as urgências, carências e prioridades atuais na vida brasileira, no momento em que o imaginário nacional divaga sobre as possibilidades de uma injeção extra de recursos, a médio prazo, com a exploração das reservas petrolíferas recém-descobertas em águas territoriais?
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segunda-feira, 7 de setembro de 2009
segunda-feira, 9 de março de 2009
Política
Parcela feminina ainda é minoria no Legislativo
9/3/2009
Levantamento realizado pela União Interparlamentar indica que o Brasil é um dos países com menor participação de mulheres em cargos eletivos na comparação com o total da população, apresentando percentual de 9% de representantes.A tendência pode ser observada na Assembleia Legislativa do Estado, onde entre os 55 deputados, apenas quatro são mulheres. Da mesma forma, a participação feminina na Câmara Municipal de Porto Alegre é de quatro mulheres em um total de 36 vereadores.Para a cientista política Maria Izabel Noll, a situação reforça o caráter patriarcal da sociedade brasileira, que tem uma história política recente e se difere de democracias mais inclusivas, como a argentina. "Tem relação com a comparação que se pode fazer entre Brasil e Argentina. A Argentina, com todos os percalços, de alguma maneira, conseguiu promover a inclusão e a cidadania, tem uma história política civilizada. Nós não temos uma figura como Evita Perón; temos um Getúlio Vargas. Eles têm a mãe dos pobres; nós temos o pai. É o reflexo da sociedade patriarcal. O homem manda na casa, na empresa e, por conseguinte, na política", explica. A deputada estadual Zilá Breitenbach (PSDB), presidente estadual do partido, aponta como possível causa do fenômeno as obrigações com a família, pois contrastam com a dedicação constante que a política exige. "A mulher está em todos os lugares sempre mostrando muita competência, mas, na política, ela vai se omitindo. Isso também acontece porque política pede tempo integral. Ela acaba se omitindo em função da família", acredita Zilá.De acordo com Maria Izabel, os próprios partidos, por vezes, dificultam o acesso, ao negligenciar as candidatas. "Elas geralmente estão ligadas a questões da comunidade, principalmente à educação. Mas passar da visibilidade local para outra esfera se torna mais difícil. No processo de escolha dos partidos, eles cumprem o regulamento, porém, a distribuição de recursos é menor. Mesmo com a lei de obrigatoriedade de 30% de mulheres concorrentes, esse percentual não corresponde às eleitas", comenta, referindo-se à Lei 9.504/97, que obriga os partidos a reservar, no mínimo, 30% de vagas para cada sexo.A deputada federal Maria do Rosário (PT) reforça a importância das representantes para que outras mulheres cheguem ao Legislativo. "Existem avanços, mas o nosso desafio com as mulheres, que nos colocaram nesse espaço, é incluir outras mulheres: as trabalhadoras, as mães de família, as mulheres que enfrentam desigualdades. Nós temos o compromisso com as mulheres de levá-las a esses espaços", diz.
Parcela feminina ainda é minoria no Legislativo
9/3/2009
Levantamento realizado pela União Interparlamentar indica que o Brasil é um dos países com menor participação de mulheres em cargos eletivos na comparação com o total da população, apresentando percentual de 9% de representantes.A tendência pode ser observada na Assembleia Legislativa do Estado, onde entre os 55 deputados, apenas quatro são mulheres. Da mesma forma, a participação feminina na Câmara Municipal de Porto Alegre é de quatro mulheres em um total de 36 vereadores.Para a cientista política Maria Izabel Noll, a situação reforça o caráter patriarcal da sociedade brasileira, que tem uma história política recente e se difere de democracias mais inclusivas, como a argentina. "Tem relação com a comparação que se pode fazer entre Brasil e Argentina. A Argentina, com todos os percalços, de alguma maneira, conseguiu promover a inclusão e a cidadania, tem uma história política civilizada. Nós não temos uma figura como Evita Perón; temos um Getúlio Vargas. Eles têm a mãe dos pobres; nós temos o pai. É o reflexo da sociedade patriarcal. O homem manda na casa, na empresa e, por conseguinte, na política", explica. A deputada estadual Zilá Breitenbach (PSDB), presidente estadual do partido, aponta como possível causa do fenômeno as obrigações com a família, pois contrastam com a dedicação constante que a política exige. "A mulher está em todos os lugares sempre mostrando muita competência, mas, na política, ela vai se omitindo. Isso também acontece porque política pede tempo integral. Ela acaba se omitindo em função da família", acredita Zilá.De acordo com Maria Izabel, os próprios partidos, por vezes, dificultam o acesso, ao negligenciar as candidatas. "Elas geralmente estão ligadas a questões da comunidade, principalmente à educação. Mas passar da visibilidade local para outra esfera se torna mais difícil. No processo de escolha dos partidos, eles cumprem o regulamento, porém, a distribuição de recursos é menor. Mesmo com a lei de obrigatoriedade de 30% de mulheres concorrentes, esse percentual não corresponde às eleitas", comenta, referindo-se à Lei 9.504/97, que obriga os partidos a reservar, no mínimo, 30% de vagas para cada sexo.A deputada federal Maria do Rosário (PT) reforça a importância das representantes para que outras mulheres cheguem ao Legislativo. "Existem avanços, mas o nosso desafio com as mulheres, que nos colocaram nesse espaço, é incluir outras mulheres: as trabalhadoras, as mães de família, as mulheres que enfrentam desigualdades. Nós temos o compromisso com as mulheres de levá-las a esses espaços", diz.
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